sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Historie(s) du Cinemá

Acabo de rever o primeiro filme da coletânea, que havia assistido há um mês atrás, desde quando estas imagens me acompanham. E nessa volta a Godard, compreendi desse diretor, que ainda vive e transpira cinema (crítica, política e filosofia), um pensamento triste em um fluido e belo corpo de imagens, de sons e palavras, as escritas na tela e as ditas. A forma e o som das palavras. O som da máquina de escrever elétrica e do filme passando na moviola. Da trilha sonora. A imagem e a voz de suas interpretes e a de Godard, que sussura e se mistura com todas as outras.

Por vezes, isso não é nada audível, mas vísivel, extremamente sensível. Esse corpo de imagens que nos fala sobre a história do cinema e da humanidade.
Essa fábrica de sonhos que nos faz sonhar. Somos seu sujeito e estamos sujeitos a ela.

Muitas vezes, tenho a impressão de que vivemos como num eterno ensaio de orquestra de Fellini. Somo seus instrumentistas perdidos e cansados, regidos pela ordem da autoridade maior do dinheiro, de uma carga de trabalho excessiva e pela falta total de tempo, de vida, de música. Mas em momentos da extrema confusão e desespero, conseguimos resgatar o que há de mais harmônico de dentro de nós e tocamos, a música mais linda, que, ao seu término, esquecemos.

Nos dias de hoje e sempre, desde quando o mundo é representado pela imagem da TV, nossa memória é efêmera e vaga, por onde a música e as palavras não têm tanta importância. Do que se diz ao que realmente acontece. Em nome da paz, faz-se a guerra.
Somos esse misto de crueldade e sonhos. De realidade(s) e imagem.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Art poP do Eco

Relendo uma entrevista de Umberto Eco sobre a pop arte, lembrei-me da piada sobre o Eco da caverna que contavam na faculdade e diziam de autoria do Furtado.
Pena que não sei contar piadas.
Lembro-me apenas do Eco, Eco, Eco, Eco ...

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pixel Arte Com Post-it

No mundo corporativo, subidas de escadas e apertos de mãos acontecem simultaneamente. Entre almoços, jantares e reuniões, algo tem que se destacar entre as luzes de UV do escritório para manter tudo em ordem. O Post-it, um pequeno papel, quadrado amarelo fluorescente com adesivo na parte de trás, era tal resposta. As três polegadas desse quadradinho luminoso foram empregadas para uma lembrança, uma nota, ou para organização. Mas algumas pessoas viram nisso mais do que uma ferramenta de produtividade. Elas viram um meio para a arte colorida. E inspiradas pela pixel art, ao invés de manipularem pixels, elas utilizaram os post-its.



Ducan Wilson







Bénédicte Bailly


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Essa imagem que não quer calar

Ainda tenho meio que presos fragmentos do filme de Godard. Ontem ainda me eram frescos, parte daquele olhar. Ainda estou por preencher a face inteira de Godard. Parece-me que falta algo, ou talvez eu esteja deixando passar. Mas se eu parar agora, se eu parar por um momento, espere!
Eu quase consigo ouvir a voz subliminar de Godard.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

"How it would be, if a house was dreaming?"

Como seria se uma casa estivesse sonhando?

Parece meio “non sense”, mas a criação dessa instalação partiu desse questionamento. A UrbanScreen, uma empresa que produz instalações artísticas de multimídia e conceito visual desenvolveu esse projeto no prédio do Museu de Arte de Hamburgo, na Alemanha.

O projeto aproveitou a sólida fachada do prédio para narrar uma história. A idéia de romper a solidez e descobrir diferentes interpretações de geometria, estética e movimentos traz uma reflexão que gira em torno do descobrimento de novos espaços de percepção através da própria arquitetura.

555 KUBIK | facade projection | from urbanscreen on Vimeo.


Production: urbanscreen.com
Art Direction: Daniel Rossa - rossarossa.de
Technical Director: Thorsten Bauer
3D Operator: David Starmann shineundsein.de
Sound Design : Jonas Wiese
Realized with mxwendler.net mediaserver

E viva a brasilidade!

Como transformar um chinelo de dedos em artigo de moda?

O Case da Havianas está aí para contar. Desenvolvido pela AlmapBBDO, que trabalha há mais de dez anos com a marca, o case ganhou Leão de Ouro no Festival de Cannes 2009 na categoria Design pela Identidade Visual da marca. Cannes é o mais reconhecido prêmio de propaganda do mundo, e está em sua 56° edição. Estranho pensar que a categoria de design foi apenas incluída em 2008, mas é a realidade.

Enjoy it:

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Fonte da Juventude

Apesar de admirar as inovações das latinhas de refrigerente, não há nada que sustitua a água. Com ou sem bolinhas, ela é sempre bem-vinda. E como se o conteúdo já não bastasse, seus apreciadores dão sempre um jeitinho de renovar o seu valor. Prova disso, são as séries limitadas da Bling H2O e da Evian.

A garrafa em vidro congelado da Bling H2O coberto por cristais Swarovski foi lançada pelo roteirista e produtor de Hollywood, Kevin Boyd. A luxuosa garrafa tem 380ml e o que a diferencia das outras é que a Bling passa por 9 processos de filtragem e sua água extraída de profundos mananciais do parque nacional de Smokey Mountains é engarrafada em Dandridge, Tennessee.

Já a Evian convidou o estilista Paul Smith, conhecido pelo seu bom humor e olhar lúdico, para desenhar uma edição limitada de garrafas comemorativas no clima de celebração da juventude.

Paul Smith aplicou suas famosas linhas coloridas em cores vibrantes para decorar as águas extraídas dos Alpes Franceses. O estilista resume que "A juventude não é só uma questão de idade, é uma questão de atitude".



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Kudan

As oppose to the mythological creature Minotaur, a monsters of western culture, a Japanese monster Kudan has a human head and the body of cow. Kudan is born from female cow. It speaks human language, predicts significant incidents such as war or disaster and dies in three days.

Em oposição à mitológica criatura do Minotauro, um monstro da cultura ocidental, um monstro japonês Kudan tem cabeça humana com o corpo de uma vaca. Kudan é nascido de uma vaca. Ele fala o idioma humano, prediz incidentes significantes como a guerra ou desastre e mortes em três dias.




More about: http://www.linksdw.com/kudan/en/about_en.html

De estudante revolucionário a um charmoso psicopata

If... is a 1968 award-winning feature film by British director Lindsay Anderson satirizing English public school life. Famous for its depiction of a savage insurrection at a public school, the film is associated with the 1960s counterculture movement because it was filmed by a long-standing counter-culture director at the time of the student uprisings in Paris in May 1968. It includes controversial statements, such as: "There's no such thing as a wrong war. Violence and revolution are the only pure acts".

Na pele do estudante revolucionário Mick Travis, o desconhecido Malcolm McDowell, que anos depois se transformaria no inesquecível Alex Delarge, de Kubrick, “a charismatic, psychopathic delinquent”.

Estranho como nossa sociedade prefere os psicopatas. Outro dia, um grupo de quatro crianças, de seus dez anos cada, abordou-me no shopping para pedir uma pequena ajuda, a de que eu fosse junto com eles até a bilheteria, para que, aliados a um adulto, pudessem comprar os ingressos para um dos filmes da série Jogos Mortais. O plano fracassou porque na hora de subir à sala escura, eu teria que ir também.

Passado meus dez anos, esse tipo de filme já não me atrai mais. No entanto, se o convite tivesse sido para ver Delicatessen, why not? Com o tempo, aprendemos a refinar o gosto pelo sangue. Um pouqinho de alecrim e fica majestoso...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Mas afinal, o que é cinema?

Os bastidores da produção crítica ganham cores e lugar para debate no curso A Crítica de Cinema, uma conversa sem censura com Enéas de Souza, um dos mais reconhecidos críticos de cinema. Em pauta, a história, a indústria cultural, as novas tecnologias, curiosidades e os desafios de um ofício que, texto a texto, se repensa.

Enéas é uma figura ilustre, um dos expoentes da chamada "nova crítica" que surgiu na década de 60, em Porto Alegre. Período de grandes embates sobre a possibilidade de um cinema brasileiro comercialmente viável, a adesão ao cinema clássico, resistência aos vanguardistas, à importância da autoria dos filmes, a polarização entre os cineclubes e efervescente produção analítica de filmes na imprensa, jornais e revistas independentes. Em 1965, aos 27 anos, Enéas lança o livro “Trajetória do Cinema Moderno”, que posteriormente seria reeditado mais duas vezes, com novas leituras sobre Glauber Rocha e Woody Allen, entre outros.

Os anos passam. Os cinemas de rua fecham, dando lugar aos grandes empreendimentos comerciais. E, assim como o cinema, a nova crítica se restabelece em outro lugar. No embate das novas tecnologias, afinal, o que é cinema?

Enéas, na sua trajetória, mais do que uma análise sobre os ícones do cinema, propõe uma investigação sobre o que é o cinema em seu tempo. Naturalmente que trato de discutir a natureza do cinema, mas ela sempre aparece diferente a cada época, mesmo porque a crítica avança, descobre outros temas, afina as suas idéias. Posso dizer sim que o  cinema  tem uma natureza histórica. E de outro lado, veja, o cinema não é o mesmo, principalmente porque a tecnologia se altera, se renova. O cinema de Murnau não usa a mesma tecnologia de David Lynch. E em cima do estado tecnológico do cinema os grandes cineastas inventam novas formas de expressão. Cabe, então, a crítica se renovar para alcançar o entendimento e a inteligibilidade de cada novo momento da História do cinema.

Numa iniciativa que integra o programa do Ciclo Olhares Sobre o Cinema, Enéas ministrará o curso A Crítica de Cinema que acontece de setembro a outubro, com aulas sobre o cinema e seus eixos de relação quanto a sua concepção como arte, indústria, imagem e memória. O objetivo é apresentar um panorama sobre as tendências da crítica contemporânea, ao mesmo tempo em que fornece subsídios para o aluno desenvolver um pensamento mais avançado sobre os fatores que envolvem e promovem a boa articulação de um filme.

Dos quatro eixos que serão trabalhados (arte, indústria, imagem e memória) o foco estará no processo da produção crítica, do crítico como espectador e seu papel social. E junto com a produção crítica o que precisa ser discutido são os autores que  provocam, por conseqüência, estas novas formas de crítica. Assim, haverá uma análise continuada de diversos artistas como Godard, Abel Ferrara, Truffaut, Michael Mann, Fassbinder, João Moreira Salles, Eduardo Coutinho, Scorcese, Orson Welles, Hitchcock, Eisenstein, Almodóvar, Cronenberg, Visconti, Fellini, Olivier Assayas, etc. Enfim, realizadores do cinema clássico e realizadores do cinema moderno e contemporâneo.  As aulas serão desenvolvidas a partir de debates abertos com base numa relação de filmes a ser entregue aos alunos. Naturalmente, uma discussão on line também será estabelecida com a turma, durante o curso.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Eduardo Coutinho em Porto Alegre

Acontece nesta sexta-feira a pré-estréia do filme 'Moscou', última produção de Eduardo Coutinho, às 19h, no Santander Cultural.

O cineasta Eduardo Coutinho virou sinônimo de um documentário capaz de derrubar certos mitos que envolvem o gênero, entre eles o da “verdade absoluta” que, na teoria, deveria ser perseguida pelo formato.

Em "Moscou", Eduardo Coutinho vai além na sua investigação e rompe qualquer linha que possa existir entre o real e o encenado. O cineasta propôs ao grupo mineiro de teatro Galpão documentar o ensaio da peça "As Três Irmãs", clássico russo de Anton Tchecov. Já o diretor do ensaio foi escolhido pela trupe: Enrique Diaz, com quem eles nunca haviam trabalhado.

No decorrer de três semanas, a equipe do Galpão é levada por Diaz, através de exercícios, a se apropriar dos personagens do dramaturgo russo. Os exercícios embaralham vida pessoal dos atores e instância ficcional dos personagens, dando ao espectador a almejada sensação de instante imediato. Em determinado momento, os atores lidam com memórias alheias, evidenciando que o ato de lembrar implica numa “ficcionalização”. Ponto em comum e já explorado em “Jogo de Cena”.

Mas em “Moscou”, Coutinho parece mais interessado na desconstrução da arte: observar o teatro por partes, em cenas fragmentadas, desconstituídas de cenários e personagens sem figurinos, sendo o que importa é o processo do ator. E nesse sentido, Coutinho tem um encontro feliz com o teatro de Enrique Diaz  – diretor que, nos últimos trabalhos, pegava personagens de alguns dos mais consagrados dramaturgos (Shakespeare em Ensaio.Hamlet; Tchekov), e tentava desmontá-los junto com seus atores, como quem procura dentro daquelas peças/personagens/pessoas algum segredo original que explique o fenômeno de sua própria existência – mas também de sua comunicação com as pessoas através dos séculos. Na mão contrária, ele estava traçando, portanto um caminho paralelo ao de Coutinho, que partindo de “personagens reais” vinha tentando cada vez mais desmontá-las como tal, como que para descobrir de seu lado também algum segredo original da comunicação.

Numa série de cenas quase independentes umas das outras, Coutinho (e Diaz) exploram todas as possíveis variações deste mesmo mistério. Ora pegam falas escritas por Tchekov lidas por atores interpretando personagens, ora pegam atores falando de sua própria experiência, ora intercambiam até realidade e memória se dissolverem na narração de quem conta a história, seja sua ou de personagem. E, nesses momentos, as fotografias são um dos elementos fortes. Numa das primeiras cenas, um rapaz mostra uma fotografia e diz ser de Moscou. Ele conta que morou na capital russa e, quando voltou, anos mais tarde, sentiu muita dor ao ver o cinema que freqüentava sendo demolido.

Moscou, tanto a cidade como a palavra, é para os personagens a perda de um sentido para o futuro, ou preso no passado. E, daí, a poesia, a angústia de cada um. E, ao mesmo tempo, de todos nós. Um projeto inacabado por uma impossibilidade parece ser o sentimento mais presente neste filme.

Moscou
Pré-estréia e sessão comentada com Eduardo Coutinho
Sexta-feira, dia 4 de setembro, às 19h
Santander Cultural

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Margs Mostra Arte França

Museu de Arte do Rio Grande do Sul sedia Mostra 'Arte na França: o Realismo' até 30 de agosto de 2009. Arte na França de 1860-1960: O Realismo traz mais de cem obras primas vindas da Coleção Berardo, de Lisboa; do Fonds National d´Art Contemporain, de Paris; do Musée de Années Trente, de Boulogne, França; Fondation Alberto et Annette Giacometti, França; do Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, do Museu de Arte de São Paulo e Museu Lasar Segall, além de obras de colecionadores particulares nacionais e internacionais.

O foco da exposição é o realismo franceses e o período em que este começa a influenciar o panorama cultural internacional até  que a arte feita nos EUA ascende ao primeiro posto. São obras de artistas franceses e estrangeiros, entre estes, alguns brasileiros, que produziram na França ou que por lá passaram, como Van Gogh, Visconti, Picasso e Miró.

Estão incluídos trabalhos dos diversos movimentos e escolas, abordados sob a perspectiva do Realismo - seus pontos de partida, suas versões e propostas. O ingresso é a doação solidária de 1kg de alimento.

Imagem: Busto de Homem (O Atleta) - Pablo Picasso

MOSTRA 'ARTE NA FRANÇA: O REALISMO'
Museu de Arte do Rio Grande do Sul
Horário: das 10h às 19h
Praça da Alfândega, s/n°
Fone (51) 3227-2311
museu@margs.rs.gov.br

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa-Metragem

Livro de Antonio Leão da Silva Neto tem lançamento hoje na Sala P. F. Gastal, com a presença do autor para autógrafos. Na ocasião, também será exibido Porto das Caixas, de Paulo César Saraceni, clássico do Cinema Novo brasileiro (1962).

A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura promove na próxima terça-feira, dia 4 de agosto, às 19h, o lançamento do livro Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa-Metragem, de Antonio Leão da Silva Neto. O lançamento acontece no hall da Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. Na ocasião, o autor estará presente para autografar os exemplares do livro. Após o lançamento, será exibido o filme Porto das Caixas, de Paulo César Saraceni, clássico do Cinema Novo brasileiro, lançado em 1962.

A obra tem distribuição gratuita a convidados mediante inscrição prévia, que deve ser feita pelo telefone 51-3289-8137 no dia 4 de agosto, a partir das 10h. Em caso de falta de exemplares, será respeitada a ordem de inscrições.

Esta é a segunda edição, revista e atualizada, do Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa-Metragem, principal obra de referência do cinema brasileiro, fruto de anos de trabalho do pesquisador, cinéfilo e colecionador Antonio Leão da Silva Neto. O livro tem 1.152 páginas e traz 4.194 sinopses, comentários, informações e fichas técnicas completas dos longas-metragens produzidos no Brasil entre 1908 e abril de 2009. Trata-se de uma publicação de fôlego, absolutamente indispensável para todos que, de alguma maneira, pesquisam, estudam ou trabalham com cinema no Brasil.

Em relação à primeira edição – publicada em 2002 e esgotada desde 2004 –, este novo trabalho traz quase 800 títulos a mais que a edição anterior, além de ampliar informações sobre outros 2.000 já existentes. Esta segunda edição também inclui produções no formato digital, o nome do personagem ao lado do nome do ator, a data de lançamento, o número de salas e o público arrecadado por filme, se tais informações estiveram disponíveis quando se fez a pesquisa.

O livro contém também um apêndice com 239 longas inacabados ou ainda em fase de projeto, além de levantamentos numéricos por ano e estado de produção.

O Dicionário de Filmes Brasileiros – Longa-Metragem traz três apresentações e prefácios, assinados pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho, pelo Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura Silvio Da-Rin e pelo cineasta Daniel Filho.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

David Lynch protagoniza curta gaúcho

Quinto e último episódio da série ensaio visual do seminário ‘Altos Estudos Fronteiras do Pensamento’, criada para a internet, O Passageiro Obscuro tem como astro principal o cineasta David Lynch.

Dirigido por Davi de Oliveira Pinheiro, O Passageiro Obscuro foi filmado em dois dias na cidade de Porto Alegre – quando da visita de Lynch à Capital. O filme é uma viagem pela mente do cineasta americano, conhecido no mundo inteiro por seus filmes que constroem mundos oníricos.

O ponto de partida do processo de criação do filme foi uma entrevista com o diretor . “A entrevista com Lynch é um experimento visual e sonoro, para testar o quanto uma opinião pode se tornar ficção, algo completamente diferente do intento original”, explica Davi de Oliveira Pinheiro. “O curta foi estruturado sobre atmosfera e instinto, com o uso de livre associação", acrescenta. Filmado nos trilhos da América Latina Logística (ALL), perto do aeroporto, a curta história brinca com a questão das barreiras de linguagem, já que os personagens se entendem apesar de falarem idiomas diferentes. “É um filme muito mais sonoro do que visual”, encerra Pinheiro.

Os cinco episódios da série Fronteiras do Pensamento: Ensaios Visuais trouxeram entrevistas e experimentações cinematográficas com vários nomes do cinema e das artes. Além de David Lynch, fizeram parte dos curtas dirigidos por diretores brasileiros Beto Brant, Philip Glass, Fernando Arrabal, José Padilha e Wim Wenders (De Volta ao Quarto 666, dirigido por Gustavo Spolidoro). A série de episódios foi realizada em paralelo ao seminário internacional Fronteiras do Pensamento (2007-2008).  O curta O Passageiro Obscuro pode ser visto na internet, pelo link http://www.youtube.com/watch?v=55LcAZ_3BhA


sábado, 14 de fevereiro de 2009

Minas do Camaquã

Documentário gaúcho, vencedor do DOCTV IV, teve filmagens concluídas no início do mês. O projeto de documentário sobre a localidade conhecida como Minas do Camaquã, primeiro longa-metragem de autoria de Carolina Berger, foi o vencedor, no Rio Grande do Sul, do concurso DOCTV IV, promovido pelo Ministério da Cultura em parceria com as televisões públicas. O documentário foi rodado em duas fases, uma em dezembro e outra em janeiro. Minas do Camaquã (o título é ainda provisório) representa o Rio Grande do Sul na série de mais de 35 documentários que estão sendo produzidos em todos os estados brasileiros pelo DOCTV, com histórias diferentes do mesmo Brasil.

Na primeira fase, rodada em dezembro, a equipe concentrou-se na captação de imagens e sons que identificassem aspectos universais da cultura local, uma vez que o documentário narra as mudanças ocorridas nesta região ao longo do tempo: a Procissão de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros, devoção que veio para a região junto às atividades de mineração.

Na segunda, além de ter registrado o cotidiano da vila, a equipe conheceu a cultura da mineração em um evento local que começou após o final da extração de minério na região: o Encontro dos Mineros. Nesta fase, a equipe continuou fazendo imagens do verão na campanha, do cotidiano na vila e da estrutura industrial que ainda resta da atividade mineradora.

“A divisão em duas fases de rodagem foi fundamental para poder trabalhar com mais qualidade, minuciosidade e segurança o roteiro do documentário, o que, certamente, vai contribuir para a montagem final”, afirma a diretora e roteirista do documentário, Carolina Berger, que está trabalhando na montagem do filme.

Uma das particularidades da produção é que a obra foi pensada para ter duas versões, uma para a televisão e outra para cinema. Nesse caso, a lógica de distribuição está invertida. O documentário será exibido primeiro na televisão, e então ganha uma versão de longa-metragem para festivais e salas de cinema.

A realização de Minas do Camaquã é da Milímmetros, em regime de co-produção com a ABEPEC (Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais). A exibição da obra é garantida em redes de televisões públicas e privadas no Brasil e no exterior. O documentário terá cópias legendadas em espanhol e inglês.

Nas próximas semanas, o produtor Alvaro Neto e a autora e diretora, Carolina Berger seguem para a finalização do documentário em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. O documentário deve ser concluído antes do prazo estipulado pelos co-produtores, ainda no mês de abril.

No segundo semestre o documentário estréia em rede nacional para todas as televisões públicas brasileiras, através da TV Cultura. No Rio Grande do Sul, a TVE-RS, co-produtura do projeto, é responsável pela exibição no Estado.

O DOCTV é uma realização da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, da ABEPEC - Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais, da TV Cultura - Fundação Padre Anchieta e da TV Brasil - Empresa Brasil de Comunicação, com o apoio da ABD Nacional - Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas.

Fonte: Fundacine