Quem joga bola ou assiste, entende que, o ideal, o gostoso é manter a bola em movimento, em cooperação com o companheiro. Se um perde, todos perdem. É o momento mais esclarecedor do futebol, pois abusa do senso de coletividade.
O jogo que assisti quarta-feira me fez pensar sobre o senso de coletividade dos jogadores, sintonia com a torcida e desta com o time. É impressionante a capacidade da torcida em alavancar uma vitória. Se o futebol fosse um caso sério, muito torcedor não deixaria mulher, ou marido, de escanteio. Jogar junto, é muito prazeroso.
Mas aí vem a malevolência, a ginga de corpo. Ah, a ginga de corpo. Futebol é 'arte'. E torcida, coração. Por vezes, crime passional. Assim como o fiofó do bêbado, ego ferido não tem dono. E esse coração despedaçado, cego de paixão, vai para cima de qualquer batalhão. O filme 'A Onda' reflete sobre isso, os limites de torcer e ser torcido.
Terapêutico, contudo, para o cidadão trabalhador, é falar palavrão, gritar, em alto e bom tom, todos os possíveis e imagináveis. Coisa que não se pode fazer com o chefe, com o colega de trabalho, com o mala do vizinho, o cliente, a mulher, o namorado, amante, e por aí vai. Cabe até escolher um grito de guerra, coreografia, chapéu e fantasia. Um pouco de ilusão não faz mal a ninguém. Futebol é o carnaval que dura o ano inteiro.
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No filme “Linha de Passe” , o futebol faz parte da trama, mas a essência está nas histórias e momentos de passagens de cada personagem. Todos buscam uma vida melhor, a vitória, a glória. Mas por um caminho diferente da opção criminal que às vezes, sedutora, parece a única e mais fácil. Indico a todos.
Virtual Ritual
Há um ano
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